Performances
As sombras por trás dos fios
Da exaustão à criação
Quem costura as minhas roupas?
As sombras por trás dos fios é uma ação que se dá no trânsito entre poética e política, na qual se faz presente um diálogo entre dança, performance e conscientização.
Nela, quatro mulheres dividem uma única roupa de muitos fios e dão a ver condições de trabalho análogas às da escravidão, ainda presentes em nosso país e no mundo. Por meio de uma coreografia inspirada no universo da indústria têxtil e na pergunta “Quem costura minhas roupas?”, configura-se uma movimentação ciclíca, onde a ferramenta da repetição é metáfora do funcionamento da máquina, do cansaço, do suor e dos gritos mudos a ecoar, infinitamente no tempo e espaço.
Sobre o Fashion Revolution Day
A intervenção As sombras por trás dos fio surgiu, inicialmente, da participação e apoio do MUMBRA corpomóvel ao movimento Fashion Revolution Day. O projeto foi criado por um conselho global de líderes da moda sustentável que se uniram depois do desabamento do edifício Rana Plaza em Bagladesh no dia 24 de Abril de 2013 deixando 1.133 mortos e 2.500 feridos. O edifício abrigava fábricas da indústria têxtil, um banco e um centro comercial com diversas lojas e encontrava-se com rachaduras e condições de risco, mas o fato foi absolutamente ignorado pelos seus administradores e responsáveis. A campanha Fashion Revolucion surgiu com o objetivo de aumentar a conscientização
sobre o verdadeiro custo da moda e seu impacto em todas as fases
do processo de produção e consumo, mostrando ao mundo que a mudança é possível através da conscientização e o investimento em novas formas de criação da indústria da moda em prol de um futuro mais sustentável, transparente e ético. No Brasil em diversos contextos as condições de trabalho não divergem muito desta relatada em Bangladesh. Recentemente, foi divulgado um cadastro dos empregadores que submetem seus empregados à condições de trabalho análogas as da escravidão.
Acesse a listahttp://trabalho.gov.br/component/content/article?id=4428
Ficha Técnica
Concepção e Interpretação: MUMBRA corpomóvel
Duração: aproximadamente 50 minutos.
Intérpretes-criadoras: Aline Alves, Isis Marks, Letícia Vaz e Marcela Paéz
Fotografia: Giuliana Cerchiari
Teaser
Imagens e edição: Isis Marks
Intervenção cênica na qual uma situação absurda e bem humorada é o
elemento central para se refletir sobre o tempo em uma grande cidade.
Por meio da tão temida frase “você pode me ajudar?” o público é
convidado a resolver o conflito absurdo: Perdeu-se um sorvete, é preciso
achar seu dono com urgência. Durante a ação o sorvete se desfaz, como
metáfora do tempo e do muito que nos escapa. Uma poesia concreta que
surge do diálogo entre a dança, o teatro e a performance, e nos convoca a
olhar para as preciosidades do nosso dia-a-dia
Ficha Técnica
Idealização: Mumbra corpomóvel
Intérpretes: Aline Alves, Leticia Vaz, Isis Marks e Marcela Pereyra Páez.